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De acordo com o site tiinside.com.br, uma pesquisa da FGVcia revelou que o uso de Nuvem responde, em média, por 42% do processamento nas empresas brasileiras e deve crescer mais 10% nos próximos dois anos, ultrapassando 50%.
A informação faz parte da 34ª edição da Pesquisa do Uso de TI nas Empresas, da FGVcia, divulgada em abril de 2023. O estudo ainda confirmou que o processo de transformação digital antecipou a adoção de TI de quatro anos para apenas um ano.
Desde 1988 o FGVcia divulga um amplo panorama do mercado de TI, com resultados de estudos e pesquisas do uso de TI nas empresas. Uma amostra significativa de 2.660 médias e grandes empresas retrata o cenário atual e as tendências desse ambiente.
Segundo Fernando S. Meirelles, professor titular e fundador do FGVCia, o mercado brasileiro tem 464 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil (corporativo e doméstico), o que representa mais de dois dispositivos digitais por habitante em maio de 2023.
O smartphone domina a maioria dos usos, como nos bancos, compras e mídias sociais. São 249 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil, ou seja, 1,2 smartphone por habitante. Adicionando os notebooks e os tablets, são 364 milhões de dispositivos portáteis ou 1,7 por habitante.
O Brasil soma 215 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso no país, atingindo 1 computador por habitante (100% per capita). As vendas em 2022 foram de 12,4 milhões, com uma queda de 11%. Apesar do cenário nebuloso, estima-se em 2023 um crescimento perto de 10%.
Trabalhar e estudar de forma híbrida ou blended deverá aumentar o uso e a venda de dispositivos digitais. Acreditamos em um modelo que combina o presencial com o remoto separadamente em uma solução que integra e potencializa as capacidades humanas (físicas) com as digitais.
Fernando S. Meirelles, professor titular e fundador do FGVCia
Os gastos e investimentos em TI nas empresas, que representam 9% da receita, continuam crescendo em valor, maturidade e importância para os negócios existentes e para viabilizar novos modelos de negócios. Seu valor depende de vários fatores, sendo os principais o estágio ou nível de informatização e o ramo no qual a empresa atua.
Esse índice representa o gasto total destinado a TI, sendo a soma de todos os investimentos, despesas e verbas alocadas em TI, incluindo: equipamento, instalações, suprimentos e materiais de consumo, software, serviços, comunicações e custo direto e indireto com pessoal próprio e de terceiros em TI, dividido pela receita da empresa.
Pode-se comprovar que quanto mais informatizada a empresa, maior é o valor desse índice. Nos últimos 35 anos, o indicador cresceu 6% ao ano, passando de 1,3% em 1988 para 9% em 2022/23. Mesmo assim, existe muito espaço para crescer e chegar aos níveis dos países mais desenvolvidos.
Outro indicador, entre os mais de 50 analisados na Pesquisa, é o CAPU – Custo Anual de TI por Usuário – de R$ 52.000. É o valor dos gastos e investimentos em TI dividido pelo número de usuários da empresa. Seu comportamento não tem economia de escala. Cresce com o tamanho da empres, variando conforme o ramo: nas empresas de serviços a média é R$ 62.00; na indústria R$ 45.000; no Comércio R$ 34.000; e nos bancos chega a atingir R$138.000.
A pesquisa levanta a participação no mercado dos fabricantes de 26 categorias de software. A Microsoft continua dominando várias categorias no usuário final, algumas com perto de 90% do uso. Os fabricantes que mais cresceram sua participação foram o Google e o Qlik. Já para videoconferência, o Microsoft Teams cresceu para 42%, ultrapassando o Zoom, que ficou com 35%.
Os Sistemas Integrados de Gestão (ERP) da TOTVS e da SAP têm 34% do mercado cada, Oracle 12% e outros 20%. A TOTVS lidera nas menores e SAP nas maiores empresas com 50%. As novas tecnologias provocam a necessidade de integrar cada vez mais o físico com o digital e demandam a implementação de novos processos integrados internamente, externamente e com o ecossistema da empresa. O “novo” ERP continua a ser o coração da transformação digital.
Os programas de Inteligência Analítica (BI – Business Intelligence and Analytics) continuam sendo uma categoria de destaque e entre as mais lucrativas para os fabricantes.
SAP com 24%, Oracle, Totvs, Microsoft, Qlik, com 16% cada e IBM com 9%, são líderes desse segmento, representando 96% do mercado. Apesar de todo esse arsenal de ferramentas modernas, 90% do uso de Inteligência Analítica no departamento financeiro das empresas é Excel.
A Pesquisa aprofunda seus estudos em três ramos da economia: nos bancos, em 2021 e 2022 os gastos e investimentos com TI crescem 11% ao ano, atingindo 32 bilhões de reais e devem continuar a crescer e chegar perto de 43 bilhões em 2024. O volume de transações por meios virtuais com origem no celular (Mobile Banking) e Internet tende a 90% das transações (90% por smartphone). Nos Hospitais privados há um
CAPL – Custo Anual de TI por Leito – de R$ 170.000 e no AgroNegócio nota-se um comportamento parecido, com a média da indústria.
Os principais projetos de TI relatados na pesquisa continuam sendo inteligência analítica (Analytics) combinada com Inteligência Artificial e implementação do “novo” ERP. Segurança, governança, IoT, nuvem, buscar e reter talentos de TI e apoio em projetos de ESG – Environment, Social and Governance – são alguns dos principais investimentos da área, sempre com foco no alinhamento estratégico e na transformação digital.
O relatório pode ser baixado nesse link: https://eaesp.fgv.br/producao-intelectual/pesquisa-anual-uso-ti
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